quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Arancuã-do-pantanal



Arancuã-do-pantanal (Ortalis canicollis)

Classe: aves
Ordem: galliformes
Família: cracidae

Quem já foi pro Pantanal vai se lembrar desse bicho. Lembra uma galinha magra e mais comprida, mas é muito, muito mais barulhento (lembrando que a galinha-doméstica, Gallus gallus, é da família phasianidae, também da ordem Cracidae).
O que mais chama atenção no arancuã, portanto, é o canto alto e incessante e em quase qualquer hora do dia. Por lá chamam de "despertador do pantanal", pois é muito comum acordar ao som desse animal. Os moradores locais também criaram frases interpretando o canto do arancuã, tais como "quero casar, quero matar". Várias vezes, quando eu escutava o bicho cantar de madrugada é porque eu suspeitva de algo diferente ocorrendo no mato. Quem sabe não era um grande predador nas redondezas?
O arancuã-do-pantanal mede cerca de 50-56cm e pesa entre 480-600g. Os cracídeos em geral são muito apreciados pelas populações locais e constituem fonte de proteína importante para elas, porém O. canicollis não parece ser caçado e nunca ouvi falar sobre isso no tempo que morei no Pantanal. Segundo a IUCN, a espécie está fora de perigo.
Além dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a espécie ocorre no sul e leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina. Habita matas secundárias, capões, capoeiras, matas ciliares, áreas com palmeiras como carandás e acuris e próximos às casas, nas fazendas.
Vive em casais, mas também agrega-se em bandos que chegam até 30 indivíduos. Depositam até 4 ovos, de coloração alaranjada ou creme-escuro, em ninhos feitos com galhos secos, cipós e folhas nas árvores ou arbustos a cerca de 3m do solo. Os ovos são chocados por 28 dias e poucos dias depois de eclodir os filhotes já acompanham os pais pelas árvores.
Podemos observar nas árvores ou no solo se alimentando preferencialmente de frutos, mas também de folhas, flores e até lagartas.
As 3 fotos foram tiradas na Pousada Xaraés, município de Corumbá/MS, Pantanal. A primeira foi na seca de 2008 e as outras duas na vazante de 2011. O animal da terceira foto estava se alimentado de mexericas que haviam caído no chão.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
Aves do Brasil - Tomas Sigrist
www.iucnredlist.org
www.wikiaves.com.br

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